Brasil participa da terceira edição do curso que abordou as principais questões da atividade notarial no mundo e o papel do notário na sociedade moderna.
(Roma, Itália) – Dois brasileiros indicados pelo Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) integraram a terceira edição da Universidade do Notariado Mundial que ocorreu entre os dias 15 e 19 de setembro, na cidade de Roma, Itália. O programa, desenvolvido pela União Internacional do Notariado (UINL), é composto por um ciclo de aulas, palestras e atividades, e neste ano contou com a participação de 77 jovens notários, oriundos de 38 países membros da associação.
Ministradas em inglês e francês, as aulas e palestras foram conduzidas por um corpo docente sempre formado por um Tabelião e um professor para cada disciplina, representando as mais variadas nacionalidades, e trabalharam questões pontuais e atuais para o direito notarial, tais como os pilares da profissão de notário, o direito de propriedade, a eficácia extraterritorial do documento notarial, a sucessão “causa mortis”, o testamento vital e o papel do notário frente às relações de família, como o casamento, a união estável e o divórcio.
Representando o Brasil, participaram do curso o Tabelião do 1º Ofício de Notas de Recife (PE) e vice-presidente da Seccional Pernambuco do Colégio Notarial do Brasil (CNB-PE), Filipe Andrade Sá de Melo, e a escrevente do 1º Tabelionato de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Carolina Mosmann.
Para Carolina, as aulas ricas em debates trouxeram à baila as diferentes realidades de cada País, oferecendo uma oportunidade ímpar de se conhecer e estudar o funcionamento da atividade notarial em nações estrangeiras. “Participar de um evento de tamanha relevância e qualidade foi um marco no desenvolvimento de minha vida profissional”, disse. “Poder conhecer de perto diferentes culturas, ideias e formas de pensar o direito notarial me fez querer buscar ainda mais conhecimento e reforçou minha crença de que os notários têm um papel primordial na sociedade, no resguardo de direitos, na assistência aos mais fracos e na busca da paz social”, afirmou.
Já o vice-presidente do CNB-PE ressaltou que o encontro ofereceu a oportunidade de conhecer dezenas de realidades diferentes, correspondentes a cada País participante, porém, deu a nítida percepção de como as semelhanças são preponderantes. “É revelador ouvir como são parecidos os nossos desafios, perspectivas, angústias e esperanças, além de perceber como o notariado evolui de maneira equivalente ao redor do mundo, embora cada ordenamento jurídico tenha as suas particularidades”, disse Filipe.
“Acima de tudo é inspirador ver nos olhos dos colegas estrangeiros o mesmo amor pela profissão que tão facilmente identificamos aqui no Brasil”, completou o Tabelião, que reiterou que a principal mensagem que a Universidade Mundial do Notariado deixou foi a de que o melhor caminho é o da integração, tanto nacional, como regional e global. “Acredito que o CNB tem tomado medidas concretas para evoluir nesse sentido e, prevejo que nos próximos anos será grande o número de notários brasileiros participando e contribuindo para a realização de congressos sul-americanos, latino-americanos e intercontinentais.”
Carolina Mosmann destaca ainda que conhecendo a atividade notarial de outros países, percebeu que o Notariado Brasileiro tem uma postura de vanguarda no reconhecimento de vários direitos, como a escritura de união estável e a escritura de declaração de união homoafetiva.
O curso também proporcionou diversas visitas técnicas pela cidade, como a ida a Tabelionatos italianos, a Suprema Corte di Cassazione, a Escola Notarial de Roma e ao Notartel, agência notarial digital italiana.
Fonte: CNB