Pela primeira vez, o Ibge anuncia números de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
O Ibge divulgou, nesta terça-feira (9), mais um retrato do Brasil e dos brasileiros. Desta vez, foram as estatísticas de registro civil, que mostram como andam os nascimentos, casamentos e as separações no país, inclusive de pessoas do mesmo sexo.
Neste primeiro registro de dados sobre casamentos entre homossexuais, o Ibge mostrou que, no ano passado, eles representaram 0,3% de todos os registrados em cartório. Houve 3,7 mil casamentos gays. A maior parte entre mulheres. E quase metade foi no estado de São Paulo.
As estatísticas de registro civil também revelaram que houve menos divórcios, em 2013 e cresceu o número de brasileiros que se casaram de novo, depois de uma separação.
O primeiro foi a realização de um sonho. Na igreja, de véu e grinalda. Meu primeiro casamento durou pouco, daí eu achei que era uma segunda chance. Um tempo depois, Ana Paula casou novamente. Queria segurança para o filho que planejou ter com o namorado.
Para mim eu acho que é uma declaração de amor. Se é importante para os dois casar, oficializar, por que não?, diz a administradora Ana Paula de Castro.
É cada vez maior o número de brasileiros que casam de papel passado pela segunda vez. Em 23% das uniões registradas no ano passado, um dos cônjuges era divorciado ou viúvo. Há uma década essa porcentagem era de apenas 13%.
As pessoas que antes separavam, iam morar juntas, não podiam legalizar seus casamentos, e hoje, podem. E o segundo motivo é que o brasileiro acredita muito no amor e no casamento. Ele quer ter filhos, ele quer ter uma família", destaca a antropóloga Mirian Goldenberg.
Casamentos na idade de Ana Paula dobraram na última década. Representavam 4,3% em 2003. Dez anos depois eram 8,5% do total.
Foram mais de um milhão e 50 mil casamentos em todo país. Um crescimento discreto, em relação a 2012, já o número de divórcios teve uma queda de quase 5%, a maior desde 2007.
E os filhos? O chamado sub-registro, que estima a quantidade de crianças não registradas no primeiro ano de vida, caiu de 6,7% para 5,1%. Mas, no Norte do país, a taxa chega a 15,8%.
Entre os casais separados, os filhos ainda ficam predominantemente com a mãe. Apenas uma minoria, como é o caso de Ana Paula, mantém a guarda compartilhada.
Marcos criou apenas um dos três filhos do casamento anterior. Ele se separou da mulher há mais de 15 anos, mas só conseguiu casar novamente agora com Josué no ano passado. A certidão representou uma conquista para o casal.
"A gente mudou o nome e com isso a gente mudou cartão de crédito, conta bancária. Isso é importante. A gente está sendo reconhecido pelo o que realmente nós somos", diz Marcos.
Fonte: Anoreg BR