Pais trocam certidão de nascimento por RG: 'É como um troféu', diz mãe
Publicado em 03/07/2015
Mais de 95 mil crianças já tiraram o documento neste ano em SP. 'Todo mundo acha fofo', diz mãe de Sorocaba. Foi-se o tempo em que os pais esperavam os filhos se alfabetizarem para fazer o cadastro e tirar o R.G. (Registro Geral). A novidade, desta vez, é tirar o documento de identificação para bebês de até três anos. Afinal, além de ser muito mais fácil para ser levado na bolsa ou carteira dos pais do que a Certidão de Nascimento, o documento também é motivo de orgulho para os responsáveis, que fazem questão de exibi-lo a todos. Gabriel Pedroso de Massarotto, de Sorocaba (SP), faz parte dessa tendência. Apesar de só ter nove meses, o garoto já tem R.G. desde os sete meses de idade. "É como um troféu para mostrar para a família. Os avós querem uma cópia; todo mundo quer ver e acha fofo. Eu até cuido do documento dele melhor do que cuido do meu", conta a mãe, a administradora Gisele Pedroso Massarotto. Apesar do R.G. de Gabriel ter virado objeto disputado entre a família, a mãe do menino garante que o documento é muito mais do que motivo de admiração porque trouxe vários benefícios para o dia a dia da criança. "Primeiro, tirei por causa do convênio médico, que pediu. Depois, porque deixo meu filho na casa da vó enquanto meu marido e eu estamos trabalhando. Daí, o R.G. dele sempre fica na mochila, ele nunca anda sem documento". Dados recentes do Poupatempo, programa de serviços de cidadania do Governo do Estado de São Paulo, comprovam a preferência de muitos pais: de janeiro a dezembro de 2014, 187,1 mil bebês de até três anos tiraram o R.G. Já neste ano, só de janeiro a maio, mais de 95,2 mil crianças de até três anos já tiraram o seu primeiro R.G. Ainda de acordo com números do Poupatempo, do total de mais de 439 mil bebês que tiraram o documento desde janeiro de 2013, 166,4 mil tinham menos de um ano de idade quando foram levados pelos pais a um dos postos. A mesma preocupação da família de Gabriel teve a supervisora de atendimento Mariana Steinhoff Karpinsk com os filhos Felipe, de nove anos e Henrique, de três meses. Embora ela tenha tirado o R.G. do seu primogênito quando ele já era alfabetizado - aos sete anos -, do caçula ela preferiu não esperar tanto tempo e já fez o cadastro. "É mais prático, não dá para negar. Cabe na carteira. Assim eu não preciso sair sempre com a Certidão de Nascimento, que se deteriora com o tempo", explica. Além da praticidade e do prazer de exibir o documento do filho com a foto no tamanho 3x4, o R.G. para bebês também é requisitado em casos de abertura de contas em banco. Como é o caso da Laura Cunha Zanella, de um ano e um mês. "A avó dela abriu uma conta poupança pra ela e precisou fazer o CPF [Cadastro de Pessoa Física]. Daí eu já aproveitei o embalo para tirar o R.G. também", frisa a mãe da menina, a psicológa Claudia Cunha. No caso do CPF, o documento pode ser solicitado nos Correios, na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil, mediante apresentação da certidão de nascimento original da criança e documento do responsável. E se o CPF for levado na hora de tirar o RG, a identidade já terá impresso o número de identificação que valerá para a vida toda para assuntos ligados à Receita Federal. "O RG é um documento muito importante e que me dá uma certa tranquilidade em saber que as digitais dela estão cadastradas, isso em caso de uma eventual fatalidade", acrescenta a mãe. Atendimento especial Por se tratar de crianças de até três anos de idade, os atendentes do Poupatempo precisam ter jogo de cintura para contornar quaisquer problemas que surgirem durante o cadastro dos baixinhos. Afinal, eles costumam se assustar na hora de fazer a coleta biómetrica, pois confundem o avental branco dos atendentes com o de enfermeiros e acham que vão tomar algum tipo de vacina. Por isso, a atendente da unidade de Sorocaba, Fabiana Elias Ambrósio, de 34 anos, abusa do velho jeitinho brasileiro - ainda mais por ser mãe de dois filhos - e da paciência. "É difícil fazer o cadastro e tem que gostar de criança, porque muitas vezes ela não colabora e o pai também não, colocando medo no filho dizendo que se ele não ficar quieto pode se machucar". Em casos como este, os funcionários do Poupatempo são orientados a usar, por exemplo, uma luva como bexiga para distrair as crianças durante o atendimento. "Ás vezes, fazemos o atendimento com até dois funcionários, chegamos a pegar no colo, tudo para facilitar e, é claro, não assustar a criança", explica Fabiana. Como tirar o R.G. O primeiro R.G. é gratuito, por lei, e tem validade por 18 anos. Somente na hora de tirar o segundo documento atualizado ou mesmo uma segunda via, é cobrada uma taxa de R$ 31,88. Para fazer o cadastro é necessário primeiro agendar a ida ao Poupatempo, que pode ser feito pelo celular, através do aplicativo SP Serviço, pelo site do programa ou pelo telefone 0800.772.3633. No dia agendado é necessário levar a certidão de nascimento original e uma cópia, o número de inscrição do CPF (se tiver), o documento da mãe original e cópia e uma foto 3x4 (com fundo branco). Em casos de bebês, como as digitais ainda não estão totalmente definidas, apenas as impressões digitais dos polegares são documentadas na carteira. No espaço para assinatura, a identidade dos bebês traz o aviso de que o portador está "impossibilitado de assinar". O documento fica pronto em cinco dias e os pais tem a opção de retirar na própria unidade do Poupatempo ou mesmo solicitar o serviço de remessa do documento pelos Correios, no valor de R$ 9,99. Fonte: G1 | ||
TAGS: Rg, Registro civil, Certidão de nascimento, Nascimento |
||
Voltar |
|
|