Durante o atendimento da Justiça Itinerante à Terra Indígena Waimiri Atroari, o indígena Meki Mércio Atroari registrou de uma só vez os 14 filhos. Para o juiz coordenador da Vara Justiça Itinerante, Erick Linhares esse foi um dos momentos emocionantes da ação.
“Ver um pai registrando seus filhos, desde o mais novo até o mais velho é muito gratificante. Isso para eles é tão importante porque também é uma forma de saber quantas pessoas, de fato, existem na comunidade. Com o registro e documentos é muito mais fácil” disse.
Até essa quarta-feira (28), foram registrados 558 indígenas e a intenção é atender até sábado (3), 600 indígenas.
História
Os Waimiri Atroari, durante muito tempo, estiveram presentes no imaginário do povo brasileiro como um povo guerreiro, que enfrentava e matava a todos que tentavam entrar em seu território. Essa imagem contribuiu para que autoridades governamentais transferissem a incumbência das obras da rodovia BR 174 (Manaus-Boa Vista) ao Exército Brasileiro, que utilizou de forças militares repressivas para conter os indígenas. Esse enfrentamento culminou na quase extinção do povo kinja (autodenominação waimiri atroari).
A interferência em suas terras ainda foi agravada devido a instalação de uma empresa mineradora e o alagamento de parte de seu território pela construção de uma hidrelétrica. Mas os Waimiri Atroari enfrentaram a situação, negociaram com os brancos e hoje têm assegurados os limites de sua terra, o vigor de sua cultura e o crescimento de sua gente. (Fonte: Enciclopédia- ISA)
Fonte: TJ/RR