Com mais emprego e dinheiro circulando no município, é possível proporcionar desenvolvimento aos bairros e qualidade de vida à população
Eles ficam localizados perto da sua casa, facilitam o seu dia a dia, geram empregos e renda, pagam impostos às prefeituras, contribuindo para o desenvolvimento do bairro e da cidade onde estão instalados e, consequentemente, aumentando a qualidade de vida da população local.
Sim, estamos falando dos pequenos negócios, como padarias, lojas de roupas, salões de beleza, quitandas, entre outros, que foram muito afetados pela pandemia do novo coronavírus, tiveram de ficar de portas fechadas por um bom tempo e precisam de apoio para essa retomada gradual do comércio e da economia.
Você sabia que eles representam 99% das empresas do país? Pois é. São 17 milhões de pequenos negócios no Brasil, que geram 54% dos empregos formais e criam 8,5 vezes mais empregos que grandes empresas. Além disso, eles produzem 30% das riquezas nacionais, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para ajudar a manter esse comércio vivo e forte, criando mais oportunidades nos bairros, diversas associações têm lançado campanhas de valorização das empresas locais, estimulando a compra em lojas físicas ou mesmo on-line, desde que sejam de negócios da região, e não de grupos nacionais ou internacionais.
O próprio Sebrae criou o movimento Compre do Pequeno, no qual ressalta que são os pequenos negócios que dão vida aos bairros e cidades. “Quando você valoriza o pequeno, você valoriza o seu bairro”, diz a instituição.
A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Cachoeiro de Itapemirim (Acisci), juntamente com outros parceiros, também lançou uma campanha de incentivo às compras no comércio local, com o slogan: “De forma virtual ou presencial, compre no comércio local”. Segundo o presidente da instituição, Ruberval Rocha, o objetivo é estimular o associativismo.
“Com a pandemia, todas as faixas etárias começaram a consumir mais pela internet. As pessoas estão inclinadas a fazer suas compras de forma on-line. Mas, com esse crescimento do e-commerce, a economia local perde muito, tanto na arrecadação de impostos, como na geração de emprego e renda. Não conseguimos competir com grandes redes. O prejuízo maior é a perda de postos de trabalho, tendo em vista que o dinheiro não circula no comércio local. Neste momento, repensar o negócio é fundamental, criando formas para vender pelas redes sociais, sempre do comércio local”, disse Ruberval Rocha.
O superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória, Wagner Júnior Corrêa, ressalta que no Espírito Santo existe uma predisposição da população em valorizar os produtos da terra, favorecendo a própria localidade. “E é uma bandeira constante do nosso sistema lançar campanhas e promover a conscientização para o consumo no comércio local.”
Loja física e on-line atuando em parceria
Com três lojas físicas localizadas em Venda Nova do Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim e Marataízes, o empresário Paulo Minto resolveu apostar, há dois anos, nas vendas on-line para incrementar o seu negócio, o Xmountain Comércio e Serviços Eireli, que é especializado na comercialização de bikes, acessórios e vestuário. Para ele, a equação ideal é a parceria entre a loja física e a vitrine virtual.
“O comércio nas lojas físicas sempre terá o seu lugar e clientes fiéis, além da credibilidade que o mercado digital ainda não tem! Hoje, trabalhamos juntos no digital e nas lojas físicas, e isso traz muita confiança para as vendas on-line. Uma coisa completa a outra”, comentou Paulo, que é sócio da esposa, Elenice, e do filho, Bernardo, na empresa.
Segundo ele, os mercados digitais são muito eficazes e podem alavancar bastante as vendas, mas é preciso ter muito controle e atenção. A dica do empresário para quem quer começar no on-line é planejar bem aonde se quer chegar e testar os meios apropriados, como Facebook, Instagram, e-commerce e marketplaces (sítios de comércio mediados por uma empresa, em que vários lojistas se inscrevem e vendem seus produtos), como Mercado Livre e Magazine Luiza.
“Há dois anos, montamos um site próprio, e não foi uma experiência muito boa nem lucrativa. O site, por si só, não gera vendas, tem que ser muito bem alimentado de produtos e contar com uma mídia gigante para se conseguir isso. Hoje, estamos operando no Mercado Livre com êxito, mas as taxas são sufocantes e podem variar de 16% a 25%.”
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